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Entre a Poesia de Watts e a Máquina Conceitual de Deleuze/Guattari

Deleuze e Guattari, ao tentarem romper com os modos dominantes de produção de subjetividade, acabaram gerando, paradoxalmente, uma nova elite intelectual que vive de traduzi-los, interpretá-los, desdobrá-los — quase como se fossem mestres esotéricos modernos. Muitos dos que os seguem se perdem num labirinto de conceitos, afastando-se da experiência viva que eles buscavam libertar.


Enquanto Alan Watts dissolve com poesia, Deleuze e Guattari desestruturam com conceitos. Mas ambos, em sua origem, desejam tocar o real da experiência — abrir espaço para o que pulsa fora das normas, das neuroses do eu e da captura social.


Watts dizia: “Não pense demais… você está vivo agora.”

Deleuze dizia: “Não me interprete — use isso para produzir algo novo.”


Mas o meio acadêmico ocidental ama reter, comentar, sofisticar — muitas vezes esquecendo de viver.


Na Integração Organísmica, talvez seja possível outro gesto: usar Deleuze como ferramenta viva, e não como sistema a ser compreendido. Escutar Watts como presença vibrante, e não apenas como sabedoria orientalizada.


Ir além do comentário. Fazer da filosofia um modo de respiração, de relação, de criação viva. Entre a leveza do Tao e a intensidade do rizoma, encontrar um corpo que pulsa com pensamento e um pensamento que respira no corpo.

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