Psicoterapia e Educação Somática

O Agora em Alan Watts e a Ausência do Presente em Deleuze/Guattari
Alan Watts – O Agora como portal de presença
Para Watts, o Agora é tudo o que existe. Ele insiste que toda ilusão nasce da tentativa de escapar do presente. Sua abordagem não é crítica nem analítica — é experiencial. O Agora é totalidade sensível, campo de revelação, e a presença é uma forma de despertar espontâneo."Este momento — agora mesmo — é exatamente o que você procurava."
Deleuze e Guattari – O tempo como devir, não como presente
Em Deleuze e Guattari, não há ênfase no 'Agora' como campo de consciência. Eles desconstróem a ideia de um sujeito que possa estar presente. O tempo é visto como devir múltiplo, campo de intensidades e virtualidades. O sujeito é uma função provisória, um efeito do campo social e desejante. A experiência se produz por agenciamentos, conexões, rupturas — não por clareza no presente.
Diferença central – Presença x Processualidade crítica
Watts convida à entrega ao instante. Deleuze/Guattari dissolvem o instante como ficção. Watts fala de consciência encarnada, Deleuze de produção maquínica do desejo. O primeiro dissolve o eu na vastidão do agora; os segundos desmontam o eu como efeito histórico.
Na Integração Organísmica – Entre o instante e o devir
A IO pode habitar essas duas margens. De Watts, acolhe a confiança na presença viva do corpo, a escuta do instante. De Deleuze e Guattari, toma a consciência crítica das máquinas que nos capturam e a potência do desejo como criação. Assim, presença e devir não se excluem: o Agora pode ser campo de intensidades que se dobra, vibra, se inventa a cada toque do real.y la potencia del deseo como creación. Así, presencia y devenir no se excluyen: el Ahora puede ser campo de intensidades que se pliega, vibra, se inventa con cada contacto con lo real.
