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Alan Watts e a Filosofia do Organismo

Do Corpo Isolado ao Organismo em Ressonância


A Integração Organísmica (IO) nasce de um solo múltiplo. E entre as raízes que sustentam esta paisagem viva, o pensamento e a sensibilidade de Alan Watts ocupam um lugar especial. Seus textos, como Psicoterapia Oriental e Ocidental, O Homem, a Mulher e a Natureza e muitas de suas palestras que circularam como sopros de liberdade, ofereceram um solo fértil para uma prática clínica não-dual, não hierárquica e baseada na escuta do fluxo vivo.


O organismo como campo de relação e não como objeto clínico


A medicina moderna tende a tratar o corpo como máquina. A psicologia, como aparelho mental. Watts propõe: o ser humano é um organismo vivo inseparável do campo que o constitui. Esta noção ressoa na IO: não trabalhamos sobre o corpo, mas com o corpo como acontecimento em relação.


A experiência como fluxo e a crítica ao ego fixo


Watts denunciou o ego como ficção útil mas enganosa. Para ele, a ideia de um "eu" separado é fonte de rigidez e neurose. Isto se reflete na IO ao desmontar a estrutura da couraça como fixação de um modo de ser cristalizado frente ao fluxo do real.


Corpo, natureza e desejo: um organismo que dança com a vida


Em O Homem, a Mulher e a Natureza, Watts rompe com a imagem do ser humano como dominador ou separado da natureza. Propõe uma reintegração erótica com o mundo, onde o desejo e o corpo não são pecado, mas expressão da própria vida.


Psicoterapia como via espiritual imanente


Em Psicoterapia Oriental e Ocidental, Watts propõe que a psicoterapia pode ser caminho de liberação - não por curar patologia, mas por dissolver a ilusão de separação. É prática de presença, escuta sem direção, onde o que emerge é sempre maior que o planejado.


Filosofia do organismo como ética e estética clínica


Para Watts, a vida não é problema a resolver, mas dança a ser dançada. Assim é a IO: não tratamos o corpo como erro, mas como potência de variação. A clínica deixa de ser espaço de reparação para ser ritual de presença e criação.


Conclusão – Alan Watts como fonte viva da IO


Mais que influência intelectual, Watts é para a IO um campo de inspiração encarnada. Seus textos foram alimento de juventude, mas seguem vivos como ressonâncias no modo de mirar, tocar, sentir e acompanhar os processos clínicos, educativos e poéticos da IO.

Se a IO é uma clínica da presença, é porque Watts já dizia: "A única coisa que realmente existe é agora. Todo o resto é pensamento."E se a IO é uma clínica do organismo vivo, é porque Watts já sussurrava: "Você é uma função do que todo o universo está fazendo, assim como a onda é uma função do oceano."

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