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Rizomas Reichianos: Corpo, Palavra e Construção de Sentido

  • Foto do escritor: Luis Blanco
    Luis Blanco
  • 18 de mar.
  • 2 min de leitura


Na Integração Organísmica (IO), seja nos grupos ou nos encontros individuais, a palavra ocupa um lugar central, mas sem se dissociar do corpo. A palavra não é um elemento separado da experiência somática – sempre vem acompanhada de movimentos, expressões faciais, respiração, ritmo e tom de voz.

Rejeitamos a dualidade entre psicoterapias corporais e psicoterapias verbais. A IO não adota a ideia de que a "verdade está apenas no corpo", como pensava Lowen, desvalorizando a palavra e a narrativa. Também não seguimos a psicanálise tradicional, que enfatiza o significado das associações livres, mas ignora a musicalidade da voz e os gestos ao falar, priorizando um aparato conceitual pronto para interpretações.





Palavra-Corpo: O Habitar do Conversar


Na IO, a palavra não é um acessório, mas parte do corpo-vivo. Falamos com o corpo, respiramos entre palavras, habitamos o conversar. Isso significa que:


  • A palavra é um processo interativo: Inclui pausas, interrupções, mudanças de tom, gestos que acompanham o que é dito.

  • O modo de falar importa tanto quanto o que se diz: A IO observa a respiração, o ritmo da voz, a musicalidade do discurso, sem reduzir a comunicação ao conteúdo verbal.

  • Construímos sentido juntos: A palavra não é apenas defesa ou racionalização, mas também expressão, invenção e criação de novas possibilidades de existência.

  • Interrupções e pausas são significativas: Uma pausa, um desvio, um tropeço na palavra pode abrir um campo de escuta e variação da experiência.


Além da Interpretação: Narrar, Criar e Experimentar


Diferente da psicanálise, onde as associações livres são analisadas dentro de um modelo interpretativo fixo, na IO:


  • Não há um significado predeterminado: O foco está na experiência do dizer, na modulação do discurso e na ressonância da palavra no corpo.

  • A palavra pode ser experimentada: Repetir uma frase em outro tom, sentir a ressonância de uma palavra, dar espaço para o silêncio entre os gestos e os enunciados.

  • Narrar é criar: A construção de narrativas não é apenas rememoração, mas um campo de invenção e produção de novos sentidos.


A Palavra como Corpo Vivo


Na IO, a palavra não se opõe ao corpo, ela é corpo, é fluxo, é movimento vivo. Falamos com a respiração, com os gestos, com a intensidade. A terapia não é apenas um espaço de interpretação ou descarga emocional, mas um campo onde a palavra e o corpo dançam juntos, criando novas formas de sentir, pensar e existir.




 
 
 

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