top of page

Rizomas Reichianos: A Caracterologia e suas Derivações

  • Foto do escritor: Luis Blanco
    Luis Blanco
  • 18 de mar.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 21 de abr.


Wilhelm Reich construiu sua compreensão do caráter dentro da matriz psicanalítica. Em Análise do Caráter, descreveu as principais estruturas caracterológicas (compulsivo, histérico, fálico-narcisista, masoquista e impulsivo), articulando-as com o funcionamento energético do corpo. Posteriormente, essa leitura foi reorganizada na Bioenergética, que consolidou os cinco tipos estruturais: esquizoide, oral, rígido, psicopata e masoquista. Na linha da Vegetoterapia (Navarro e Ferri), as composições continuaram com um forte vetor médico e psicopatológico, mantendo uma visão evolutiva e edípica do caráter.

A Integração Organísmica (IO) não nega essas tipologias, mas as reinscreve em um campo rizomático, onde a estrutura não é um destino fixo, mas uma rede de atravessamentos, modulações e variações possíveis. Em vez de seguir um modelo pré-definido de desenvolvimento, trabalhamos com a pluralidade de modos de organização do corpo e da subjetividade.







Actings e Segmentos: Uma Caixa de Ferramentas em Fluxo


A IO não utiliza os actings de maneira rígida ou linear, mas como disparadores somáticos, inseridos dentro de um processo vivo e dinâmico. Diferente da abordagem tradicional da Vegetoterapia, onde a sequência dos segmentos segue uma lógica pré-estabelecida (da cabeça à pélvis), na IO o uso dos actings é rizomático:


  • Sem um plano fixo: Os actings podem ser utilizados em diferentes momentos, de acordo com a ressonância do grupo e o campo somático.

  • Diferentes tempos de uso: Nem sempre um acting precisa ser completado em uma única sessão; pode ser aberto, suspenso e retomado em outro momento.

  • Leitura dos segmentos sem dogma: O corpo não é um mapa fixo, mas um território em constante variação. Os segmentos musculares são explorados como zonas de experimentação e não apenas como localizações de couraças a serem dissolvidas.

  • Actings como experimentação do corpo-desejo: Não se trata apenas de liberar tensões ou reorganizar um eixo postural, mas de abrir espaços para novas possibilidades expressivas e relacionais.


A IO e o Trabalho com Grupos


A Integração Organísmica tem um modo próprio de trabalhar com os grupos, sem um formato fechado ou técnicas padronizadas. Diferente da tradição reichiana mais clássica (onde o ênfase está nos desbloqueios energéticos e na catarse), os grupos na IO se organizam em torno de campos de sintonia, experimentação e ressonância.


  • O grupo como organismo vivo: Em vez de um conjunto de indivíduos, o grupo é um campo vibrante de afetos, ritmos e intensidades.

  • Os actings no grupo: Utilizados como ativadores do campo, os actings não são apenas individuais, mas criam ondas coletivas de ressonância somática.

  • Do desbloqueio à variação: Em vez de uma busca linear pela dissolução de couraças, os movimentos e práticas corporais sustentam a experiência do devir.


O Corpo como Campo Aberto


Na IO, o corpo não é um conceito fixo nem um diagnóstico caracterológico, mas um campo aberto à experimentação, às intensidades e à invenção de si.





 
 
 

Comments


Política de Privacidade

  • Instagram
bottom of page